A renovação contratual de Álvaro Pereira é o último exemplo do enorme esforço da SAD para não deixar cair psicologicamente alguns jogadores decisivos na manobra da equipa e que, por um ou outro motivo, estiveram na iminência de sair. Em 12 meses foram já sete os atletas a ter direito a um contrato melhorado, todos membros habituais do onze titular e sujeitos a forte assédio do mercado (Helton será a excepção nesse capítulo). Os dragões sabem compensar quem acaba por permanecer e ao mesmo tempo responsabilizam os jogadores e atestam, em notário, o direito a uma exigência desportiva elevada.
Se às sete renovações juntarmos os casos de Sapunaru, João Moutinho e Otamendi, cujos passes são agora maioritariamente dragões depois da compra de partes em falta ou alienadas anteriormente, constatamos um investimento ímpar na equipa, ao longo de um ano em que não houve receitas de Liga dos Campeões mas que foi fértil em grandes resultados. Manter o nível não depende apenas de contratar bons reforços, mas também de acarinhar os mais antigos. E é nesse sentido que o investimento tem sido feito. Ao melhorar as condições dos seus activos e ao reforçar a posição junto dos seus contratos, o FC Porto reserva-se automaticamente ao direito de exigir que a bitola se mantenha e, sem ter de o pedir, os próprios jogadores entendem isso perfeitamente.
Ainda que nesta fase não se possa falar de crise, é pois de entender que a estrutura azul e branca não possa estar satisfeita com os últimos resultados. O investimento na equipa tem sido assinalável e persupõe uma rentabilidade ainda não vista.
Revisões não disparam cláusulas
As revisões contratuais são quase sempre melhores para os jogadores do que para a SAD. E isto não é dito de cor. A verdade é que das sete renovações registadas no último ano, quatro só beneficiaram de foma directa os jogadores. Nos casos de Hulk, Guarín e James Rodríguez, o FC Porto aproveitou para aumentar o valor das respectivas cláusulas de rescisão, para valores mais próximos daquilo que espera ganhar com transferências futuras. Mas, no que respeita a Helton, Fucile, Rolando e Álvaro Pereira, as cláusulas mantiveram-se inalteráveis, o que significa que a SAD não fez mais do que premiar o empenho e valor desportivo de cada um deles, sabedora de que a um investimento maior pode não significar uma mais valia superior.
Fernando e Belluschi na lista em falta
Dos jogadores que entram no onze titular de forma recorrente só Fernando e Belluschi não renovaram contrato recentemente. Kléber também não, mas de quem chegou há três meses outra coisa não se podia esperar. O seu antecessor - Falcao - sim, renovou pouco antes de sair. Do Samurai chegou a falar-se insistentemente sobre a possibilidade de prolongar vínculo até 2015, ano em que vai completar 32 anos de idade. O assunto chegou a ser discutido com o seu empresário, mas ainda não teve fim. Quanto a Fernando, que renovou em 2009, passou por um Verão delicado. A vontade de sair impediu claramente qualquer aproximação no sentido da revisão contratual, mas resolvida que está essa questão - e o jogador até já se disse feliz por continuar - não seria de estranhar que, como Álvaro Pereira, fosse também premiado brevemente.
in "ojogo.pt"
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