sábado, 1 de outubro de 2011

Vítor Pereira segura Fucile


No futebol como na vida, os erros têm consequências, mas também há oportunidades para quem quer emendar a mão. Literalmente, é isso que acontece com Fucile e Vítor Pereira faz questão de não deixar cair o uruguaio num momento particularmente difícil. O erro do lateral não caiu bem e o treinador até foi, numa primeira reacção, bastante contundente. "Não pode acontecer", disse após o jogo.
A frio, porém, vincou a urgência de não expor ainda mais o defesa, anunciando uma reacção colectiva a um desvario individual. Com Sapunaru recuperado e em condições de ser utilizado, tudo aponta, todavia, para que o FC Porto se coloque do lado de Fucile, concedendo-lhe nova oportunidade e permitindo-lhe apagar a imagem que ficou depois dos jogos com o Benfica e com o Zenit. Em vésperas de uma paragem longa, entende-se que seria negativo passar a mensagem de que Fucile pagaria o preço pelos erros cometidos.
No momento mais conturbado do último ano e meio, os dragões contam espingardas. Fucile tem currículo na casa e, desde que a época começou, foi titular em todos os jogos e só não cumpriu os 90 minutos na Rússia. Aliás, Vítor Pereira quer estabilizar um núcleo duro e é até natural que insista com o quarteto defensivo que tem actuado nos últimos jogos, ainda que sem a consistência desejada.
A cumprir a sexta época no clube, Fucile vai completar a sua 100ª presença no campeonato, tornando-se assim no oitavo centenário do plantel. Numa data marcante, o uruguaio assume um desígnio que é extensível ao colectivo: recuperar a rota dos sucessos e apagar a imagem mais recente.

Reincidente como mau da fita

Fucile saiu muito beliscado dos últimos dois jogos do FC Porto, sendo que os erros ganharam dimensão porque coincidiram com um empate e uma derrota. Primeiro, ficou ligado ao segundo golo do Benfica no Dragão, surpreendido pela entrada de Gaitán nas suas costas. Também no clássico, esteve associado ao caso com Cardozo, queixando-se de uma agressão que o árbitro Jorge Sousa entendeu não ter existido. Mas se Fucile usou créditos no clássico, queimou-os em São Petersburgo, quando um erro flagrante deixou a equipa reduzida a dez jogadores já nos descontos da 1ª parte. Erros que podiam esgotar-lhe a margem de manobra na equipa, mas Vítor Pereira parece apostado na reabilitação do lateral.

Guarín está de volta às opções

O FC Porto reforça-se com Guarín para fugir em Coimbra à sequência de maus resultados. Antes de uma paragem de três semanas no campeonato, o resultado assume particular urgência e o regresso do colombiano, que cumpriu o segundo jogo de castigo nas provas da UEFA, é um trunfo a que Vítor Pereira não deixará de recorrer.
Belluschi foi o eleito para compor o meio-campo em São Petersburgo, tendo Defour entrado para o seu lugar já na segunda parte. Desta feita, porém, tudo aponta para que Guarín recupere o lugar no onze, fechando o sector com Fernando e João Moutinho.
Apesar da oscilação exibicional, Vítor Pereira tem revelado predilecção pelo colombiano nas suas opções iniciais, sendo que a linha de continuidade e até as condições físicas recomendam Guarín à equipa a apresentar em Coimbra.
De resto, e apesar do resultado negativo na Rússia, não se perspectiva que o treinador opere qualquer revolução no onze, respeitando aquelas que têm sido as principais opções.
As dúvidas subsistem sobretudo no ataque, onde a dificuldade de recuperação de Kléber redunda num dilema entre Hulk a ponta-de-lança ou a aposta em Walter, que, como se sabe, não tem sido opção muito regular desde que foi contratado.

in "ojogo.pt"

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