Guarda-redes português do CFR Cluj recorda o técnico com quem trabalhou no F.C. Porto. «Tem sede de títulos», partilha ao Maisfutebol
Conhecedor profundo de Vitor Pereira, com quem trabalhou ao longo da época 2010/11, Beto defende a qualidade do seu trabalho e acalma as ondas de desconfiança e animosidade. «É um treinador muito ambicioso, tem sede de títulos e vai ao detalhe na preparação de cada jogo», assegura Beto, instado a dissecar as valências do sucessor de André Villas-Boas.
«Já no ano passado, como adjunto, era muito influente. Falava bastante com o grupo, era fortíssimo no plano motivacional e uma pessoa próxima de todos os atletas. Tínhamos bastante confiança nele», recorda o internacional português.
Os últimos três resultados menos bons não lhe retiram o optimismo. «O F.C. Porto ainda é o mais forte candidato ao título. O clube tem algo que não se consegue explicar e que os outros não têm. É isso que lhe permite superar os momentos menos bons, dar a volta e ficar novamente num plano superior.»
Beto fez 23 jogos oficiais em duas temporadas no F.C. Porto.
Beto na selecção: «Já valeu a pena ter vindo para o Cluj»
Guarda-redes português reage através do Maisfutebol ao regresso aos planos de Paulo Bento. «Estou extraordinariamente satisfeito»
Um mês na lendária Transilvânia, um mês nas terras outrora dinamitadas pela crueldade de Vlad, o Empalador, um dos maiores facínoras da história. O dogma do horror não podia estar mais afastado da experiência de Beto. É precisamente nessa região que a sua carreira reencontra a luz.
«A presença no Europeu é um dos faróis da minha época, por isso estou extraordinariamente satisfeito», revela aoMaisfutebol, no primeiro contacto após conhecer os eleitos de Paulo Bento para a dupla-operação Islândia/Dinamarca.
«Se os minutos de competição forem mesmo um argumento determinante para ser convocado, então já valeu a pena ter vindo para o CFR Cluj. O meu grande objectivo é jogar, fazer uma grande época e ser recompensado com a chamada ao Europeu», refere Beto, emprestado pelo F.C. Porto depois de duas temporadas no Estádio do Dragão.
«Esta mudança para a Roménia é um esforço-extra, por isso gostava de partilhar com a minha mãe o regresso à selecção. Tem sido o meu maior apoio. Cheguei há um mês e só posso dizer bem da experiência. Estamos no segundo lugar, já fiz três jogos e o objectivo é chegar ao título. Já estava habituado a isso no F.C. Porto e quero continuar a estar.»
Rui Patrício e Eduardo, colegas de posto e obstáculos à titularidade. Beto está disponível para «tudo o que o seleccionador Paulo Bento precisar». «Posso ser titular, suplente ou ir para a bancada. O mais relevante é fazer parte do grupo. A partir daqui, vou dar o máximo para ser uma opção importante.»
A situação da equipa na corrida para o Euro-2012 é agora bem mais confortável. Beto acredita «a 300 por cento» na qualificação e nas vitórias «convincentes» nos dois próximos jogos. «A Dinamarca é uma equipa sempre difícil e que conhecemos bem. Aliás, fomos lá jogar na corrida para o Mundial [empate a uma bola]. São intensos e fisicamente fortes. Quanto à Islândia, sabemos que nunca desistem e que tudo farão para nos incomodar.»
Beto tem 29 anos e uma internacionalização, assinalada frente à Estónia em Tallinn.
Uma baliza para três portugueses na Roménia: «É estranho»
Beto, Nuno Claro e Daniel Fernandes lutam pela titularidade no CFR Cluj. «Respeitamos o espaço de cada um», diz o primeiro ao Maisfutebol
Beto, Daniel Fernandes e Nuno Claro. Mãos lusitanas em redes romenas. «Isto, de facto, nem em Portugal», desabafa Beto aoMaisfutebol. «Entendemo-nos todos muito bem e respeitamos o espaço de cada um. A vantagem é que no trabalho diário a comunicação é perfeita, não qualquer barreira. Mas, admito, não deixa de ser estranho chegar à Roménia e encontrar mais dois portugueses da minha posição.»
Oito jornadas disputadas, quatro guarda-redes utilizados [sim, há um romeno na luta]: Nuno Claro fez três jogos, Daniel Fernandes e Mihai Minca actuaram uma vez cada um, Beto foi dono e senhor nas últimas três partidas.
«A mentalidade dos clubes portugueses privilegia a aposta em atletas de outros países. Respeito. Eles preferem ir por esse caminho e nós somos obrigados a tentar a nossa sorte noutro lado. Basta olhar para o número oficial para perceber aquilo que estou a dizer», sublinha Beto.
Apenas cinco dos 16 clubes da I Liga têm um português com o estatuto de titular na baliza: Sporting (Rui Patrício), Sp. Braga (Quim), Feirense (Paulo Lopes), Beira-Mar (Rui Rego) e Rio Ave (Paulo Santos).
«Jorge Costa foi determinante para eu vir»
Cluj, 400 mil habitantes, cidade universitária, urbe de pessoas «afáveis e loucas por um clube muito organizado». A adaptação de Beto à Roménia «não podia ser mais simples». Além dos vários colegas portugueses (Nuno Claro, Daniel Fernandes, Cadu, Camora, Rui Pedro e Nuno Diogo), há ainda uma dupla técnica muito especial: Jorge Costa e Jaime Magalhães.
«Esse foi um dos motivos que me levou a aceitar o desafio. Foi mesmo determinante, aliás. O Jorge Costa conhece-me bem, sabe aquilo que posso dar à equipa e isso faz toda a diferença», confessa o guardião português.
E nem a língua romena é uma barreira limitadora. «No F.C. Porto o meu colega de quarto era o Sapunaru, por isso já conhecia algumas palavras. Ainda por cima, ao contrário do que se possa pensar, há muitas palavras parecidas com o português. Sinto-me perfeitamente integrado.»
in "maisfutebol.iol.pt"
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