sábado, 2 de março de 2013

Manif antigolo em Alvalade


Pólvora seca portista e muito coração de leão redundaram num empate sem golos, este sábado à noite, no clássico de Alvalade. O FC Porto não vence em casa do Sporting desde 2008 e amanhã pode perder a liderança para o Benfica.
Com o país nas ruas a manifestar-se, o clássico de Alvalade refletiu a imagem de um estado de coisas que têm marcado a temporada, sobretudo a verde e branca; o Sporting estica a “manta” para tapar os buracos que cavaram uma crise sem paralelo, enquanto o FC Porto operou com modos de abastado e desperdiçou o que tinha e o que não tinha. Houve ainda a história de dois regressados; Izmaylov e Liedson não passaram no “tribunal” de Alvalade, hostil e agressivo para com os ex-leões; expectável, diga-se.
Dier ao lado de Rinaudo foi a surpresa do Professor
Jesualdo Ferreira surpreendeu quando escalou o inglês Eric Dier ao lado de Fito Rinaudo no meio campo leonino, com Adrien Silva a receber em mãos do professor a batuta de maestro. A intenção passava por “secar” a fonte do jogo azul e branco – o miolo com Fernando, Lucho e Defour – antes que o carrossel chegasse à zona de decisão. Funcionou mais ou menos, porque mesmo assim o FC Porto chegou mais de uma meia dúzia de vezes com perigo à baliza de Rui Patrício. Só na primeira parte.
Sporting entregou-se à luta defensivo e somou um ponto frente ao FC Porto ©Carlos Alberto Costa
Antes do desperdício portista, o único momento de perigo dos leões nos primeiros 45 minutos… aos 43’. Eric Dier encontrou a brecha na linha defensiva dos bicampeões nacionais e serviu Ricky van Wolfswinkel; o holandês deparou-se perante Helton, tentou o remate em arco mas o guarda-redes brasileiro dos portistas sacudiu o perigo com uma defesa em voo. Foi tudo o que o Sporting deu do meio campo para a frente. Adrien falhou a chamada à orquestra, Labyad andou trocado com os próprios pés e Diego Capel fez o seu jogo, esforçado, mas pouco mais. Quanto a Ricky, quase nunca foi servido, mas também pouco fez para se servir.
Uma, duas, três… seis, sete. Foram tantas, FC Porto
Pois bem, eis a história de um líder que desperdiçou balas a mais num dos momentos mais letais da temporada. Só nos primeiros 45 minutos foram sete as ocasiões de golo para o FC Porto, a começar logo aos dois minutos, quando Jackson Martínez perdeu no duelo para Rui Patrício. Depois disso, foi Danilo (5’), num livre direto que passou a rasar o poste direito, outra vez Jackson (15’), mas agora por cima e depois Defour (21’), para nova defesa de Patrício.
Respire, porque isto continua. Minuto 26, Jackson recebe, roda mas um Patrício em voo e destemido tirou a soco o perigo da área leonina. Um leão que lutava com o que tinha mas sempre exposto ao susto, como aos 30’, no cabeceamento de Fernando que saiu perto do poste mais afastado da baliza à guarda de Rui Patrício. Por fim, Jackson, o maior “pistoleiro” em seco, aos 38’; a bola, mais uma vez, saiu ao lado. A tudo isto, o FC Porto acrescentou a espaços um futebol movido a petróleo, facilitando aqui e ali a nobre missão leonina de fechar os (muitos) caminhos para a sua baliza.
Rui Patrício voltou a estar em evidência com algumas defesas determinantes ©Carlos Alberto Costa
Sporting resiste ao vermelho e a Lideson
Ao contrário de outras noites, este Sporting – feliz q.b na primeira parte – não se partiu em destroços com o avançar do tempo. Manteve a agressividade nos duelos, os posicionamentos táticos definidos por Jesualdo Ferreira para impedir que Jackson Martínez tivesse jogo do quinteto que puxa as cordas. É certo também que continuou um tanto ou quanto inofensivo na hora de atacar – exceção a um grande remate de Bruma, ao lado (73’) e à lentidão de Ricky (89’), mas é esta a realidade, porque a crise custa mais a uns que a outros e este leão faz pela vida em sofrimento.
Do FC Porto, com Atsu e James nos lugares de Izmaylov e Varela, subtraiu-se o perigo em quantidade e uma crescente incapacidade para furar a muralha de leões. A esperança azul renasceu num vermelho, a Marcos Rojo, aos 77 minutos. O Sporting perdia um homem na linha de “batalha” e Vítor Pereira lançava… Liedson em Alvalade. No entanto, era Bruma a agitar o jogo entre o esforço heróico de Rinaudo, o melhor em campo esta noite.
Tudo somado, o FC Porto falhou quase tudo na primeira parte, o Sporting quase não teve nada para falhar; enfim, uma verdadeira Manifestação antigolo em Alvalade. Será que agradece o Benfica? 
in "zerozero.pt"

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